A Educação na Pandemia: o esgotamento mental dos professores.


Fonte: Getty Images.
Vivemos num país que historicamente investe pouco na educação e menos ainda no reconhecimento dos professores. Além da ineficiência e da quantidade reduzida de políticas públicas voltadas para a educação e para os professores, no Brasil instaurou se um sistema perverso de desvalorização da docência e ataque as liberdades dos professores (como o direito de cátedra).
Como se isso já não fosse o suficiente para consolidar um ambiente de tensão
para a prática docente, estamos inseridos num cenário de desrespeito e desvalorização da docência também pela população. Segundo  uma pesquisa chamada Global Teacher Status Index 2018 o Brasil é o país que mais desvaloriza professores. 
Todo esse cenário de desvalorização e de ataque e retomada de direitos nos últimos anos, faz com que a profissão de professor esteja em 5⁰ lugar entre as dez profissões mais estressantes no Brasil segundo o Instituto SWNS. Essa situação se complicou ainda mais nos últimos meses por conta da pandemia global da Covid 19, do distanciamento social,  da suspensão das aulas presenciais e início das aulas remotas. 
Ninguém estava preparado para uma pandemia. A educação além não estava, os professores também não estavam. Ainda assim, os professores em sua grande capacidade de adaptação começaram uma jornada de adaptação de suas metodologias e de aprendizagem de novas tecnologias para manter a educação funcionando, tudo isso sem qualquer respaldo do governo, sem qualquer ajuda de custo financeiro ou pedagógico. 
Esses professores precisaram a aprender a usar ferramentas e aplicativos tecnológicos para depois ensinar seus estudantes a usarem e depois em fim poder efetuar trocas de saberes significativas em meio a pandemia. Usando sua casa como sala de aula, seus celulares e smartphones pessoais, a internet de sua família, o computador próprio para prover um atendimento que possibilidade a manutenção do processo de ensino/aprendizagem. 
Passaram a trabalhar em jornadas duplas ou triplas (numa sociedade machista as mulheres sempre são mais afetadas), a atenderem os estudantes em todos os horários possíveis considerando as possibilidades de acesso de cada estudante. 
A angústia e a sobrecarga mental de uma pandemia é extrema, podendo desenvolver crises de ansiedade e aflições em toda a população, e os professores que as vezes operam como máquinas mas são seres humanos, também estão suscetíveis a todas essas aflições e carregam consigo a preocupação e o peso de manter a educação funcionando. Superando críticas externas, burocracias, problemas pessoais e cobranças de toda a sociedade. Nesse momento, carregamos o peso do mundo.

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